Perdeu o Prefeito mas “colou” no Vereador – ACM Neto tenta resistir no extremo sul baiano buscando alternativas para sobrevida política

Por Redação –  Teixeira de Freitas, maio de 2025

Com o tabuleiro político da Bahia se redesenhando para as eleições de 2026, o ex-prefeito de Salvador e líder do União Brasil no estado, ACM Neto, trava uma batalha silenciosa, mas estratégica, para não desaparecer do mapa político do extremo sul baiano — uma das regiões onde seu grupo mais perdeu força nos últimos anos.

Em Teixeira de Freitas, cidade-polo da região, a situação escancarou essa fragilidade. Após ter apostado todas as fichas na reeleição do prefeito Marcelo Belitardo, a ruptura entre os dois no final de 2024 e a adesão de Belitardo ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) deixaram ACM Neto isolado politicamente no município. O prefeito, que já foi chamado por Neto de “exemplo de gestão no interior”, hoje caminha lado a lado com a base petista e participa de agendas conjuntas com o governo estadual, buscando investimentos para saúde e infraestrutura.

Diante do cenário adverso, ACM Neto vem tentando se reaproximar do eleitorado local e manter algum nível de influência na cidade por meio de outras lideranças. O principal nome nessa estratégia tem sido o vereador Jonatas do Santos (MDB), presidente da Câmara Municipal.

Neto já gravou vídeos de apoio ao vereador, participou de reuniões e acenou com a possibilidade de consolidar uma aliança favorável no ano de 2026, visando reposicionar seu grupo na cidade.

No entanto, a movimentação ainda é marcada por incertezas. Jonatas, apesar do alinhamento recente com ACM, apareceu em abril de 2025 ao lado do prefeito Belitardo em um evento público, e desde então adota uma postura dúbia que tem gerado desconforto no núcleo político de Neto. O gesto foi visto como um aceno de aproximação ao grupo governista — um movimento que, se confirmado, pode enfraquecer ainda mais as já escassas bases da oposição na região.

Enquanto isso, os principais prefeitos da região — em cidades como Prado, Caravelas, Itamaraju, Alcobaça e Eunápolis — seguem firmes com o governador Jerônimo, que tem feito investimentos reais na região, anunciando obras estruturantes e programas sociais. A presença institucional do governo estadual tem funcionado como uma vitrine positiva e, consequentemente, um reforço eleitoral para os aliados do PT.

Para 2026, o desafio de ACM Neto é monumental: manter alguma expressão regional para sonhar com um retorno ao protagonismo estadual. Sem o controle das prefeituras e com parte de sua antiga base migrando para o governo, resta a ele tentar reconstruir sua imagem como uma alternativa viável de oposição — o que, até aqui, tem se mostrado uma tarefa difícil.

A eleição do próximo ano será um divisor de águas. Se conseguir eleger aliados em cidades estratégicas como Teixeira de Freitas, ACM pode demonstrar que ainda tem fôlego para disputar o cenário estadual. Caso contrário, a eleição de 2026 pode representar não apenas um novo avanço do grupo petista no interior, mas também o enfraquecimento irreversível de um dos principais nomes da política baiana da última década.

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