Em pleno 2025, o senador baiano Ângelo Coronel (PSD) intensificou sua presença no cenário político com gestos claros de quem busca recuperar espaço e visibilidade após sua postura considerada omissa nas eleições de 2022. À época, Coronel foi criticado por não participar ativamente da campanha do governador Jerônimo Rodrigues (PT), mesmo integrando a base aliada. Agora, às vésperas de mais um ano eleitoral, ele dá sinais de que não pretende ser coadjuvante em 2026 — e o clima entre ele e os principais líderes do PT baiano, como Jaques Wagner, Rui Costa e Otto Alencar, é de tensão contida.
Movimento por visibilidade
Neste ano pré-eleitoral, Coronel tem marcado presença em eventos regionais, reuniões com prefeitos e entrevistas em que reforça sua intenção de disputar a reeleição ao Senado. Em suas falas públicas, o senador tem adotado um discurso de independência, sugerindo que o PT precisa abrir espaço para outros partidos da base e deixando implícito que não aceitará ser descartado do processo eleitoral majoritário.
A movimentação contrasta com seu comportamento em 2022, quando preferiu ficar nos bastidores, uma postura que ainda ressoa entre petistas como sinal de infidelidade política.
PT afasta Coronel da chapa majoritária?
Nos bastidores, o Partido dos Trabalhadores tem trabalhado para montar uma chapa forte em 2026, com a possibilidade de lançar nomes próprios ao Senado — entre eles, Rui Costa ou Jaques Wagner, ambos com prestígio junto ao presidente Lula e alta capilaridade no interior baiano. A estratégia pode deixar Coronel sem espaço na majoritária, algo que ele próprio já deu sinais de que não aceitará calado.
Fontes próximas ao governador Jerônimo Rodrigues indicam que há receio de que Coronel adote uma postura de enfrentamento ou até mesmo busque outro partido, caso sinta-se preterido.
Troco à vista?
A pergunta que se impõe nos corredores da política baiana é se Wagner, Rui e Otto vão dar o troco em Coronel por sua “omissão” em 2022. Embora o discurso oficial pregue unidade da base, os sinais de distanciamento são evidentes. Internamente, aliados do PT criticam o senador por suas declarações recentes e pelas articulações que vem fazendo com figuras políticas de fora do eixo governista.
Coronel isolado?
Apesar de sua movimentação, Coronel corre o risco de se isolar politicamente. Ao tentar se descolar do PT para ganhar força própria, ele pode acabar perdendo o apoio necessário para viabilizar sua candidatura dentro da base governista. Ainda assim, ele aposta no peso político do PSD e em sua relação com prefeitos do interior para garantir musculatura eleitoral.
Conclusão
Ângelo Coronel está em campo, tentando recuperar protagonismo e garantir seu espaço na disputa de 2026. Mas o jogo dentro da base governista está mais duro, e a resposta de Wagner, Rui e Otto à sua postura nas eleições passadas pode vir justamente agora. Resta saber se o senador será mantido no time principal — ou se será deixado no banco por quem ainda cobra a fatura de 2022.